quarta-feira, 3 de junho de 2015

Ataque ao Pico dos Marins (alt. 2041m)



A ideia era fazer a travessia do Pico dos Marins de madrugada de 04 e 05/04 e chegar ao topo antes do nascer do sol, me acompanharam nesta jornada o Bruno, a Sol, a Stephanie e o Julio.

Depois de comer e abastecer pegamos a Ayrton Senna e depois a BR459 até chegarmos em Piquete / Minas Gerais, o carro que estávamos era baixo (Honda Fiat), então logo na subida ao acampamento base numa trecho de muitos buracos e paralelepípedos o carro começou a arrastar o assoalho, achamos melhor deixar o carro ao lado da casa do Sr. Zé Antonio que acordou ao nos ouvir e foi falar conosco, ofereceu, água, café e até dormir lá na casa dele, mesmo com tanta hospitalidade recusamos e continuamos, dali eram mais 2 km até o estacionamento base onde começaria a trilha.


Iniciamos a subida por volta da meia noite, logo depois a Sol se deu conta que estava de chinelo e suas botas teriam ficado no carro, insistimos para ir buscar, mas ela preferiu ir de chinelo mesmo, Roots total esta menina. Demoramos casa uma hora para chegar ao acampamento base, o portão estava fechado e os cachorros latindo muito, demorou para aparecer o responsável pelo local que nos perguntou se iríamos mesmo subir de noite e se alguém ali sabia o caminho, depois de saber que ninguém ali sabia o caminho demonstrou espanto e deu boa sorte a nos, depois da orientação da melhor trilha para começar seguimos e logo na entrada na trilha erramos o caminho hehe isso ia ser muito divertido.


Começamos por uma trilha fechada e com muita umidade no chão, logo depois pegamos uma trilha aberta, o céu estava cheio de estrelas e com a Lua muito forte, na maioria dos trechos não precisamos de lanternas, pois a iluminação natural já nos acompanhava. O primeiro objetivo era chegar ao Morro do Careca (alt. 1608m) onde começariam as setas amarelas, brancas e totens indicando o caminho, levamos um relato que pegamos na internet, o caminho não é difícil, porém a noite para quem nunca foi se torna complicado enxergar as setas as vezes e nos perdemos algumas vezes, a Sol e a Stephanie eram as que sempre achavam os caminhos, sem elas acho que sinceramente demoraríamos muito mais para chegar.


Paramos algumas vezes para comer e apreciar o visual que mesmo de noite já era lindíssimo, e o frio aumentava consideravelmente conforme subíamos. Existia um clima de companheirismo muito grande e todos se ajudaram muito, trocamos comida, roupas e bagagens para levar e ajuda nas escalaminhadas quando surgiam, existe uma grande parte que é necessário usar as mãos para apoiar tanto para andar como subir. Perto da pedra da Andorinha, ficamos confusos e perdemos um tempo ali tentando descobrir o que fazer, visualizamos os picos, mas o relato indicava a direção contrária, não tinha como subir ou seguir em frente, teríamos que dar a volta na montanha para começar a subir, então fomos lá.


Ali começaram as subidas mais íngremes e perigosas, tudo feito sem corda ou qualquer outro equipamento de segurança, isto realmente pode ser feito, mas deve-se tomar muito cuidado, pois existem trechos com pedras e vegetação úmidas e um escorregão é fatal. Sempre que visualizamos uma seta ou um toten a alegria é imensa, afinal sabíamos que estávamos no caminho certo, nos atrasamos bastante em caminhos errados, mas preferimos ir com segurança e por volta das 6h30 da manhã chegamos ao Nascente do Ribeirão (alt. 2300m), visualizamos o Pico dos Marins, mas não a passagem a ela, vimos várias barracas no camping feito antes do ataque final ao pico.


Perdemos um tempo enorme tentando chegar ao camping e depois através de gritos conseguir ajuda das pessoas que dormiram lá chegamos nas barracas, escutamos sugestões de como chegar ao pico, atravessamos uma vegetação muito alta e com muita lama e lodo até chegarmos próximo ao pico, comemos algo rápido e fomos ao tão esperado ataque final ao pico, um paredão íngreme de por volta de 150 metro que olhando de baixo parecia quase impossível escalar sem segurança, mas que foi mais tranquilo na subida que na descida.


Por volta das 8h30 atingimos o Pico dos Marins (alt. 2421m), o visual é espetacular, visão de 360º, haviam algumas barracas no pico e várias pessoas, o Sol já estava forte, mas o vento estava muito mais forte, visualizamos várias nuvens negras se aproximando, com o vento forte eles deveriam ser arrastadas, mas preferimos não arriscar e não demorar a descer. Vimos algumas pessoas indo em direção a Itaguaré, ficamos muito na vontade de faze-la, mas não tínhamos resgate para irem nos buscar, então resolvemos voltar e faze-la outro dia.


A descida foi bem mais rápida, afinal estava de dia e enxergávamos o caminho com tranquilidade, porém o Sol forte acabou castigando a gente e no fim parecíamos que estávamos em piloto automático só querendo chegar no carro para irmos embora, ao chegar na casa do Sr. Zé Antonio ele já estava bêbado (até nos ofereceu a cachaça) e deixou usarmos a sua fonte para nos lavarmos e recarregar as energias e os potes de água.


Tiramos muitas fotos, o trecho foi duríssimo, ficamos 13 horas e meia andando, atingimos nosso objetivo e todos voltaram bem, no carro todos dormiram menos o Julio que estava dirigindo, um erro, deveríamos ter dormido antes de voltarmos para dar uma maior segurança ao Julio. Numa parada ele bebeu café e energético e não dormimos mais, eu o Bruno e a Sol ainda paramos na rua Augusta para comermos e combinarmos a próxima aventura.


Veja o álbum completo de fotos.


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